Quando um condomínio contratar um serviço de impermeabilização, é importante levar em consideração várias situações atreladas a aplicação, tais como: especificação correta, mão de obra treinada, fiscalização atuante, aplicação de produtos adequados (em consumo e qualidade), dentre outros, que interferem diretamente no desempenho da impermeabilização.
Mas muitas vezes, por desconhecimento de alguns síndicos é negligenciado os procedimentos necessários à segurança dos profissionais que executam a impermeabilização com mantas asfálticas.
Isto serve para todos os tipos de obras: novas e reformas, pois a responsabilidade quanto a segurança não é transferida para o terceiro/executor dos serviços, ou seja, é do síndico para as áreas comuns ou proprietário nas áreas privativas.
Resumindo a responsabilidade é de quem contrata! E se aplica a todos os tipos de mantas asfálticas para impermeabilização que usam maçarico a GLP ou colagem a quente, usando asfalto.
A Norma Regulamentadora, NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, tem um item específico sobre impermeabilização com mantas asfálticas. Isto torna obrigatório a observância de procedimentos de preparação, manuseio e aplicação, além dos que já são recomendados pela ABNT NBR 9574 – Execução de impermeabilização.
Histórico
A NR 18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na construção, está disponível gratuitamente no site do Ministério do Trabalho, e para ilustrar seguem algumas exigências:
- Os serviços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante a quente e a frio devem estar previstos no PCMAT e/ou no PPRA e atender a NBR-9574 vigente (subitem 18.17.4 da NR-18);
- O equipamento para aquecimento deve ser metálico, possuir tampa com respiradouro de segurança, termômetro ou termostato, bem como possuir nome da empresa fabricante ou importadora e CNPJ em caracteres indeléveis e visíveis;
- Não é permitido o aquecimento a lenha nos serviços de impermeabilização.
Cuidados à aplicação de mantas asfálticas com chama de maçarico a GLP
A ABNT NBR 9574 disciplina no item 4.3.13 – a, mantas asfálticas, a aplicação do tipo de impermeabilização com chama de maçarico a GLP, descrevendo os procedimentos de segurança, que coincidem ao disposto na NR 18.
Figuras 1 e 2 – Par de luvas de raspa; colher de pedreiro; objeto cortante (estilete ou faca); rolo de pintura de lã de carneiro; maçarico de alta potência.
Ressalto alguns itens da norma de segurança para uso do maçarico:
- Jamais coloque o botijão dentro de caixas d’água ou qualquer outro local fechado, quando estiver trabalhando com o maçarico nestes locais;
- Não deixar o maçarico conectado ao botijão quando se ausentar do local de trabalho, mesmo que seja por curto espaço de tempo;
- Não usar o maçarico em ambiente fechado sem a colocação de ventilação forçada para renovação do ar – caso contrário, o ar interno perderá oxigênio, causando danos à saúde dos funcionários que estejam trabalhando no local;
- Nunca use o maçarico com o botijão de gás deitado (fora da posição normal) – este procedimento poderá provocar rompimento da mangueira e danos na válvula de regulagem de pressão do equipamento;
- Em dias muito frios, poderá ocorrer congelamento do botijão depois de algumas horas de uso – é aconselhável trocar o botijão, deixando que o mesmo descongele naturalmente.
Cuidados para aplicação de mantas asfálticas com colagem a quente
A ABNT NBR 9574 disciplina, no item 4.3.13 – b, a aplicação do tipo de impermeabilização por meio de colagem com asfalto a quente, coincidindo com os procedimentos de segurança dispostos na NR 18
Figuras 3 – Ilustrações de aquecedor de asfalto
Ressalto algumas medidas de segurança na área de trabalho do aquecedor de asfalto
- Colocar o aquecedor de asfalto sobre superfície plana, travar uma das rodas com calço apropriado para evitar risco de tombamento ou deslocamento;
- Tenha cuidado com materiais inflamáveis e sempre conserve um extintor à mão, na área de trabalho;
- Nunca deixe o aquecedor de asfalto sem supervisão enquanto estiver funcionando e sempre fechar a válvula de gás quando se afastar por um tempo maior;
- Sempre usar EPI’s e roupas apropriadas, tais como: camisa de manga longa, calça comprida de algodão, perneira de raspa de couro, calçado de segurança, luvas de raspa de couro com cano longo, avental longo de raspa de couro, protetor facial ou óculos de segurança com respirador PFF2, capacete de segurança;
- Durante o funcionamento do aquecedor de asfalto, nunca deixe a tampa aberta depois de colocar o asfalto no recipiente interno – isto pode causar autocombustão e o aquecedor de asfalto se incendiar;
Considerações finais
A segurança que a impermeabilização confere às edificações é para o aumento de sua vida útil, na redução dos custos de manutenção aos proprietários e do impacto ao meio ambiente. A segurança do impermeabilizador é primordial para que este serviço seja executado corretamente.
Para que este profissional não faça parte das estatísticas que informam que os trabalhadores do setor da construção civil têm um risco 3 vezes maior de morrer por acidente de trabalho em relação aos trabalhadores do conjunto de outros setores econômicos, observar as disposições da NR 18 e da ABNT NBR 9574 é obrigação que todos nós devemos cumprir para atingirmos a segurança na acepção da palavra e evitarmos a ocorrência de sinistros em nossos condomínio e multas de valor significativo, no caso de uma fiscalização pelo Ministério do Trabalho.