Todos os anos, 100 milhões de raios atingem o Brasil, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), também somos o país líder mundial na incidência de raios, fatos que mostram que por ser um fenômeno aleatório da natureza e totalmente imprevisível, é de suma importância investir na proteção de pessoas, animais e de equipamentos eletrônicos, por meio do SPDA (para raio) e das medidas de proteção de surtos.
E como garantir a eficiência do para raio?
A resposta para esta pergunta vai além de instalar o subsistema de captação, descida, aterramento e equipotencialização, pois inicialmente o projeto e a instalação de para raio devem ser realizados em conformidade com a ABNT NBR 5419/2015.
O que ainda precisa ser observado?
Exija do profissional que você contratar para este serviço que o projeto seja feito em conformidade com a norma, onde o mesmo deverá dimensionar o projeto, protegendo as áreas de risco identificadas conforme a parte 2 da norma – gerenciamento de risco, e ao instalador/construtor, cabe implementar o projeto com segurança e qualidade.
Mas como conseguir essa proteção?
Nenhum sistema de para raio é totalmente seguro e confiável, nem veículos, nem máquinas ou equipamentos. Com o SPDA e as medidas de proteção de surtos, é possível reduzir a níveis toleráveis os prejuízos causados pelas descargas atmosféricas.
Existem alguns cuidados para não cair em armadilhas e não conformidades.
Elencamos 7 dicas para alcançar a excelência em seu SPDA:
1 – CONTRATE UM ENGENHEIRO ELETRICISTA E UMA BOA INSTALADORA
Vários projetos de para raio são auditados como “não conforme” porque não são bem executados no momento da instalação. Como já foi dito, o instalador precisa seguir fielmente o que foi projetado e caso haja alterações, elas devem ser formalmente autorizadas juntamente com o redesenho do projeto, para garantir a qualidade do serviço.
2 – NÃO ACEITE PRODUTOS NO SPDA COM GALVANIZAÇÃO ELETROLÍTICA
Este tipo de para raio galvanização é o resultado de uma migração de partículas carregadas eletricamente e uma vez rompida a camada de zinco, a proteção fica comprometida, já que não há formação de camadas intermediárias.
Sendo assim, estes produtos não são recomendados pela ABNT NBR 5419/2015, por terem revestimento com camada média de 10 µm (0,01 mm), o que compromete a sua vida útil. Muito diferente dos materiais galvanizados a fogo (que a norma recomenda), que possuem vida útil prolongada em função da espessura do zinco, com revestimento médio de 100 µm (0,1 mm).
3 – CUIDADO COM OS CABOS QUE IRÃO INSTALAR
Os cabos de cobre nu em conformidade são de 35mm² para captação e descida e de no mínimo 50mm² para o aterramento. Cabos de cobre nu com 19 fios não são ?permitidos, devem ser usados os cabos com 7 fios.
4 – CONFIRA SE AS HASTES SÃO DE ALTA CAMADA
As hastes não são totalmente de cobre, elas são feitas de aço cobreado e sua ponta não é totalmente coberta pelo cobre. Para saber se é alta camada, basta verificar se possui a gravação em baixo relevo da quantidade de ?cobre ?254µ e a norma que este atende (ABNT NBR 13571).
5 – CUIDADO COM O USO DE CONECTORES DE ALUMÍNIO COM COBRE
A pilha galvânica ocorrerá e não há nada que você possa fazer para evitá-la. Neste caso, o mais indicado é utilizar conectores de latão estanhado que oferecem resistência, proteção e garantem a durabilidade dos diferentes materiais.
6 – CONFIRA A INTERLIGAÇÃO DOS SISTEMAS E PARTES METÁLICAS
Verifique se as centrais de gás, linhas de energia e sinal estão equipotencializadas no projeto. Caso não estejam, acione seu projetista e peça para que ele considere estes itens no projeto.
7 – PROTEJA OS EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS CORRETAMENTE
Equipotencializar apenas as massas metálicas, ignorando os aparelhos de maior ?sensibilidade e responsabilidade é um risco muito grande que não se deve correr. É imprescindível proteger estes por meio de? MPS, entre elas, ? DPS, “blindagens espaciais”, roteamento de cabos, etc.
Fique em dia com o seu SPDA e realize as inspeções periódicas. A avaliação posterior a instalação ?por uma empresa de terceira parte, ?é fundamental para atestar a conformidade do sistema com a norma.
Fonte: Artigo elaborado com base no artigo da Termotécnica, mas adequado para síndicos.