AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DA NORMA DE PARA-RAIO DE 2015

para-raio

Por que mudou a normalização de para-raio

Diferente do que muitos dizem a nova norma de para-raio, se adequou a normalização internacional, mas isto não representa que a antiga norma não era segura, nem que o sistemas antigos são ruins, na verdade houve um amadurecimento da literatura técnica do tema  e o Brasil se adequou a norma europeia.

A norma de 2015

A atualização da NBR 5419 deixará edificações mais seguras contra raios, onde a nova norma sobre o sistemas de proteção contra descargas atmosféricas terá novidades em relação aos procedimentos, cálculos e determinação da necessidade ou não do sistema, e para quem não sabe em 2015, o texto passa a ter uma nova base e foi o maior dos passos, tendo a IEC 62305:2010 – Lightning Protection – partes 1 a 4.

Dentre as muitas alterações de conteúdo podem-se destacar:

  • Os procedimentos para o cálculo da captação pelo método do ângulo de proteção (Franklin), em que, ao invés dos ângulos serem fixos para cada situação de nível de proteção, eles passam a ser obtidos através de curvas;
  • O valor da resistência de aterramento de 10 ohms continua sendo recomendado , porém , em locais onde o solo apresente alta resistividade , poderão ser aceitos valores maiores, desde que sejam feitos arranjos que minimizem os potenciais de passo , e que os procedimentos sejam tecnicamente justificados.
  • As dimensões para a disposição dos módulos (quadrículas) no método das malhas (Faraday);
  • O espaçamento das descidas;
  • As dimensões de vários materiais utilizados no SPDA, principalmente os condutores de cobre nu.
  • Ao se ler o texto da nova versão da ABNT NBR 5419, nota-se que a maioria das alterações é consequência de um trabalho constante que busca adotar medidas que aumentem a segurança no SPDA e resultem em um texto mais apurado e abrangente.
  • Houve redução do espaçamento médio entre descidas, cujo valor foi diminuído para os níveis II, III e IV, aumentando nestes casos a quantidade de descidas. “Em relação ao aterramento, a versão brasileira retirou o arranjo tipo A, ficando apenas com o arranjo tipo B (em anel).
  • Passa a ser permitida a utilização das ferragens de estruturas de concreto protendido como parte integrante do SPDA. Os cabos de aço da estrutura protendida NÃO poderão ser utilizados como parte do SPDA.
  • Houve uma melhoria na tabela de condutores de captação com novos materiais como: aço cobreado e alumínio cobreado com algumas tolerâncias de dimensões mínimas estabelecidas.
  • A segunda parte da norma trata da análise de risco, onde em seu Anexo B descreve o cálculo de densidade de proteção de SPDA. Esse anexo passou a se chamar Análise de Risco no projeto, onde além dos itens relacionados diretamente com o SPDA, contempla outros riscos que não estão diretamente ligados aos riscos a estrutura, mas que vão contribuir para reduzir o risco da edificação.
  • A parte 4 da norma fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos (Medidas de Proteção contra Surtos – MPS) para reduzir o risco de danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP). Ou seja, esse item discorre sobre as ações necessárias para se evitar danos aos equipamentos eletroeletrônicos.  “É a parte dos sistemas internos, da proteção dos sistemas eletroeletrônicos
  • A norma reforça a exigência de se documentar toda a instalação, através de projetos e relatórios técnicos, e de se fazer as vistorias periodicamente, o que vem ao encontro da prerrogativa da norma ABNT NBR 5674 sobre gestão de manutenção
  • A norma deixa muito claro os critérios dos sistemas de captação, descida e descarga e regras claras para projetos e execução, abrindo um leque por desempenho de sistema, mas deixa de ser uma “receita de bolo” e exige mais engenharia ao sistema e envolvimento de profissionais com mais qualificações para seus projetos e acompanhamento da vida útil do sistema

Conclusão

Mas em resumo os sistemas antigos oferecem segurança e estão aptos a proteger as pessoas e a integridade da edificação, e, portanto, o sistema atrelado as normas antigas, poderão continuar utilizando e realizando as manutenções e inspeções conforme a norma anterior, mas em havendo uma reforma ou modernização do sistema, o mesmo deverá ser projetado e executado em conformidade com a norma vigente,

Recomendação importante

Recomendamos que verifique junto a sua companhia de seguro a respeito de cobertura em sistema não atualizado, e dependendo da resposta atualize seu sistema, mas já adiantamos que o valor será elevado.

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Sobre Ronaldo Sá Oliveira 247 Artigos
Diretor da RSO ASSESSORIA e PORTAL CONDOMINIO EM ORDEM CEO, especialista em normalização atuando em mais de uma centena de comissões técnicas nos últimos anos, dentre as quais ABNT NBR 14037 – norma de manuais de entrega; ABNT NBR 5674 – norma de gestão da manutenção; ABNT 16280 – norma de reforma (autor do texto base); ABNT NBR 15575 – norma de desempenho, ABNT NBR 16747 de inspeção predial etc. Prestador de assessoramento técnico, laudos, pareceres a condomínios e gestão de reformas. É assessor técnico de grandes entidades do setor imobiliário, construção e projetos, coordenador técnico de diversos manuais técnicos do setor e colunista de diversos canais voltados a construção e gestão de empreendimentos. whatsapp 11 99578-2550 ronaldo@rsoassessoria.com.br

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